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Sucesso de vacinação em Gaza contrasta com guerra, instabilidade na Cisjordânia e descrença em Netanyahu

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Apesar da guerra em curso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) relatou ter obtido sucesso na primeira fase da campanha de vacinação contra a poliomielite em Gaza. Enquanto isso, o processo de negociação segue parado. Na semana em que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reforçou a importância do Corredor Filadélfia para a segurança do país, a população israelense aumenta a pressão sobre o premiê com manifestações cada vez maiores e ceticismo diante de suas declarações.

Henry Galsky, correspondente da RFI em Israel

Após o sucesso da primeira fase da vacinação infantil na Faixa de Gaza contra o vírus da poliomielite, a campanha deve se expandir para o norte do território entre esta segunda (9) e quarta-feira (11), com o objetivo de vacinar cerca de 150 mil crianças.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é fundamental que seja atingida a meta de ao menos 90% de cobertura para impedir que a doença se espalhe internamente, mas também para outros países.

No caso específico de Gaza, o plano é vacinar mais de 640 mil crianças, um desafio complexo durante a guerra. Mesmo assim, a primeira fase do plano obteve sucesso maior do que esperado e 187 mil crianças foram vacinadas.

"Agradecemos a dedicação de todas as famílias, profissionais de saúde e vacinadores que fizeram desta campanha um sucesso, apesar das terríveis condições na Faixa de Gaza", escreveu em sua conta na rede X (ex-Twitter) Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.

Primeira caso da doença em 25 anos

No final de agosto, houve a confirmação do primeira caso de poliomielite na Faixa de Gaza em 25 anos. A doença foi diagnosticada em um bebê de dez meses em Deir al-Balah, na região central do território. O bebê está em situação estável, mas desenvolveu paralisia na perna esquerda.

A partir daí, houve o início de uma campanha de mobilização para conseguir levar as vacinas até Gaza. Mais de um milhão de doses foram entregues e mais 400 mil estão a caminho. A logística foi coordenada entre a Unicef, a entidade da ONU que defende e promove os direitos da criança, e a Cogat, a agência de coordenação civil de Israel para os territórios palestinos.

Para conduzir a vacinação, Israel concordou com uma série de pausas humanitárias nos combates durante três dias em locais específicos de Gaza.

Segundo a OMS, esta primeira fase da campanha foi conduzida por 513 equipes com mais de 2 mil agentes de saúde e extensão comunitária. A vacinação foi fornecida em 143 locais fixos, incluindo hospitais, postos médicos, centros de atenção primária, acampamentos onde pessoas deslocadas estão vivendo, espaços públicos de reunião, pontos de distribuição de alimentos e água, e rotas de trânsito que levam do centro para o norte e sul de Gaza.

Equipes móveis visitaram tendas e áreas de difícil acesso para garantir a vacinação às famílias que não conseguiam visitar os locais fixos.

Ataque incomum na fronteira entre Jordânia e Cisjordânia

Esta é uma fronteira relativamente tranquila, em especial quando comparada às demais. Três israelenses foram assassinados por um cidadão da Jordânia na Ponte Allenby, a passagem de fronteira entre a Jordânia e a Cisjordânia. Desde a assinatura do acordo de paz entre Jordânia e Israel, em 1994, Israel administra o local. O autor do ataque foi morto pelas forças de segurança.

Trata-se de um motorista jordaniano que tinha autorização para cruzar a fronteira. Os três israelenses assassinados eram trabalhadores da Autoridade Aeroportuária de Israel.

Segundo as informações, o motorista se aproveitou do momento em que passava pelo procedimento de verificação na fronteira para pegar uma arma que estava escondida no veículo e abrir fogo contra os funcionários israelenses.

Uma das questões investigadas é como ele conseguiu passar pelo controle de fronteira jordaniano - anterior à verificação israelense - com uma arma.

A Ponte Allenby serve como ponto de passagem para viajantes e mercadorias entre a Cisjordânia e a Jordânia. Somente palestinos e turistas podem usar a travessia; israelenses não têm permissão.

Cerca de 2,3 milhões de pessoas passam pela travessia todos os anos, a maioria delas palestinos. Ela também é usada para a transferência de mercadorias: cerca de 50 mil caminhões passam pelo local a cada ano.

Tudo isso ocorre dias após Israel encerrar uma grande operação na Cisjordânia. A maior desde a Segunda Intifada palestina, em 2002. Segundo informações obtidas pela RFI, o exército acreditava que a ação teria duração menor, de quatro dias. Mas ela acabou por estender por 10 dias. De acordo com Israel, o objetivo era impedir a transferência de armamento do Irã para os grupos extremistas locais, como o Hamas e a Jihad Islâmica, e até o estabelecimento de bases iranianas na Cisjordânia.

Israelenses enchem as ruas contra Netanyahu

Já foram dois sábados em sequência com mais de 500 mil pessoas nas ruas do país para se manifestar contra Netanyahu e a favor de um acordo capaz de trazer os reféns de volta para Israel. Este é um número relevante, na medida em que o país tem cerca de 9,7 milhões de habitantes.

Para além disso, uma pesquisa divulgada pelo Canal 12 mostra índices preocupantes a Netanyahu. Entre os entrevistados, 60% consideram que um acordo é mais importante que a permanência do exército no Corredor Filadélfia, a fronteira de 14 km entre Gaza e o Egito - Netanyahu fez duas conferências de imprensa na última semana apenas para explicar as razões pelas quais considera fundamental a permanência das tropas neste local.

A pesquisa mostra também que 61% dos israelenses não acreditam que o governo empenha todos os esforços para trazer os reféns de volta. O levantamento questionou ainda quais as lideranças mais confiáveis do país; Netanyahu perde para todos os nomes da oposição: Yair Lapid, ex-primeiro-ministro e líder da oposição, Benny Gantz, ex-ministro da Defesa e ex-chefe do Estado-Maior do exército, e Naftali Bennett, ex-primeiro-ministro.

Aliás, Bennett é apontado como o mais confiável entre todos os nomes envolvidos na pesquisa.

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Henry Galsky, correspondente da RFI em Israel

Após o sucesso da primeira fase da vacinação infantil na Faixa de Gaza contra o vírus da poliomielite, a campanha deve se expandir para o norte do território entre esta segunda (9) e quarta-feira (11), com o objetivo de vacinar cerca de 150 mil crianças.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é fundamental que seja atingida a meta de ao menos 90% de cobertura para impedir que a doença se espalhe internamente, mas também para outros países.

No caso específico de Gaza, o plano é vacinar mais de 640 mil crianças, um desafio complexo durante a guerra. Mesmo assim, a primeira fase do plano obteve sucesso maior do que esperado e 187 mil crianças foram vacinadas.

"Agradecemos a dedicação de todas as famílias, profissionais de saúde e vacinadores que fizeram desta campanha um sucesso, apesar das terríveis condições na Faixa de Gaza", escreveu em sua conta na rede X (ex-Twitter) Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.

Primeira caso da doença em 25 anos

No final de agosto, houve a confirmação do primeira caso de poliomielite na Faixa de Gaza em 25 anos. A doença foi diagnosticada em um bebê de dez meses em Deir al-Balah, na região central do território. O bebê está em situação estável, mas desenvolveu paralisia na perna esquerda.

A partir daí, houve o início de uma campanha de mobilização para conseguir levar as vacinas até Gaza. Mais de um milhão de doses foram entregues e mais 400 mil estão a caminho. A logística foi coordenada entre a Unicef, a entidade da ONU que defende e promove os direitos da criança, e a Cogat, a agência de coordenação civil de Israel para os territórios palestinos.

Para conduzir a vacinação, Israel concordou com uma série de pausas humanitárias nos combates durante três dias em locais específicos de Gaza.

Segundo a OMS, esta primeira fase da campanha foi conduzida por 513 equipes com mais de 2 mil agentes de saúde e extensão comunitária. A vacinação foi fornecida em 143 locais fixos, incluindo hospitais, postos médicos, centros de atenção primária, acampamentos onde pessoas deslocadas estão vivendo, espaços públicos de reunião, pontos de distribuição de alimentos e água, e rotas de trânsito que levam do centro para o norte e sul de Gaza.

Equipes móveis visitaram tendas e áreas de difícil acesso para garantir a vacinação às famílias que não conseguiam visitar os locais fixos.

Ataque incomum na fronteira entre Jordânia e Cisjordânia

Esta é uma fronteira relativamente tranquila, em especial quando comparada às demais. Três israelenses foram assassinados por um cidadão da Jordânia na Ponte Allenby, a passagem de fronteira entre a Jordânia e a Cisjordânia. Desde a assinatura do acordo de paz entre Jordânia e Israel, em 1994, Israel administra o local. O autor do ataque foi morto pelas forças de segurança.

Trata-se de um motorista jordaniano que tinha autorização para cruzar a fronteira. Os três israelenses assassinados eram trabalhadores da Autoridade Aeroportuária de Israel.

Segundo as informações, o motorista se aproveitou do momento em que passava pelo procedimento de verificação na fronteira para pegar uma arma que estava escondida no veículo e abrir fogo contra os funcionários israelenses.

Uma das questões investigadas é como ele conseguiu passar pelo controle de fronteira jordaniano - anterior à verificação israelense - com uma arma.

A Ponte Allenby serve como ponto de passagem para viajantes e mercadorias entre a Cisjordânia e a Jordânia. Somente palestinos e turistas podem usar a travessia; israelenses não têm permissão.

Cerca de 2,3 milhões de pessoas passam pela travessia todos os anos, a maioria delas palestinos. Ela também é usada para a transferência de mercadorias: cerca de 50 mil caminhões passam pelo local a cada ano.

Tudo isso ocorre dias após Israel encerrar uma grande operação na Cisjordânia. A maior desde a Segunda Intifada palestina, em 2002. Segundo informações obtidas pela RFI, o exército acreditava que a ação teria duração menor, de quatro dias. Mas ela acabou por estender por 10 dias. De acordo com Israel, o objetivo era impedir a transferência de armamento do Irã para os grupos extremistas locais, como o Hamas e a Jihad Islâmica, e até o estabelecimento de bases iranianas na Cisjordânia.

Israelenses enchem as ruas contra Netanyahu

Já foram dois sábados em sequência com mais de 500 mil pessoas nas ruas do país para se manifestar contra Netanyahu e a favor de um acordo capaz de trazer os reféns de volta para Israel. Este é um número relevante, na medida em que o país tem cerca de 9,7 milhões de habitantes.

Para além disso, uma pesquisa divulgada pelo Canal 12 mostra índices preocupantes a Netanyahu. Entre os entrevistados, 60% consideram que um acordo é mais importante que a permanência do exército no Corredor Filadélfia, a fronteira de 14 km entre Gaza e o Egito - Netanyahu fez duas conferências de imprensa na última semana apenas para explicar as razões pelas quais considera fundamental a permanência das tropas neste local.

A pesquisa mostra também que 61% dos israelenses não acreditam que o governo empenha todos os esforços para trazer os reféns de volta. O levantamento questionou ainda quais as lideranças mais confiáveis do país; Netanyahu perde para todos os nomes da oposição: Yair Lapid, ex-primeiro-ministro e líder da oposição, Benny Gantz, ex-ministro da Defesa e ex-chefe do Estado-Maior do exército, e Naftali Bennett, ex-primeiro-ministro.

Aliás, Bennett é apontado como o mais confiável entre todos os nomes envolvidos na pesquisa.

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