[Versão portuguesa] Meio século depois da Revolução dos Cravos em Portugal, crônica de um povo levantado (1974-1975)
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Para o dia 25 de Abril de 2024, que comemora os 50 anos da Revolução dos Cravos em Portugal, voltamos no processo revolucionário (cujos detalhes são em geral bastante desconhecidos), que seguiu a queda do regime salazarista no dia 25 de Abril de 1974, para deconstruir alguns preconceitos e para entender melhor o que justifica a palavra « revolução » no novo país que então tomava forma.
As representações mais comuns dos acontecimentos que compõem a Revolução dos Cravos são geralmente muito lineares e convencionais. Contudo, a história raramente é linear ou simples. Foi pelos menos o que a historiadora Raquel Varela, Investigadora e Professora em história global do trabalho e dos conflitos sociais na Universidade Nova de Lisboa, desmonstrou muito bem no seu livro História do povo na Revolução Portuguesa – 1974-1975, publicado em 2014. Ela detalhe os 19 meses que seguem o dia 25 de Abril de 1974, durante os quais o Portugal conheceu um movimento social e um clima revolucionário nunca visto antes no país. Os 19 meses que seguiram ao 25 de Abril de 1974 constituem uma proliferação de experiências de autogestão, cogestão e democracia participativa, com uma dualidade de poderes entre, por um lado, o Estado, e por outro milhares de conselhos de trabalhadores, conselhos de soldados no Exército, e conselhos de moradores em muitos bairros.
Demos o micro à Senhora Doutora Raquel Varela, por videoconferência, no dia 26 de Fevereiro passado, para falar dos desafios e das dinâmicas desta revolução social – e não apenas política – que revelou-se ser a Revolução Portuguesa de 1974-1975.
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