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Fórum económico promete recorde de investimento estrangeiro em França

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O Palácio de Versalhes, em França, acolhe, esta segunda-feira, 180 líderes de empresas estrangeiras durante a 7ª edição do fórum económico "Choose France", uma iniciativa do Presidente francês. O Eliseu anunciou que há promessas de investimento no país de mais de 15 mil milhões de euros, através de 56 projectos. “Um recorde” e uma oportunidade para empresas locais e para a criação de emprego, explica o economista Carlos Vinhas Pereira, presidente da Câmara de Comércio Franco-Portuguesa.

RFI: O que é este evento “Choose France”?

Carlos Vinhas Pereira, presidente da Câmara de Comércio Franco-Portuguesa: “Este encontro é da iniciativa do Presidente Macron e estamos a falar da 7ª edição. Foi ele que introduziu este ‘Choose France’ que é um grande 'show' para os grandes empresários internacionais no Château de Versailles, o sítio mais prestigioso de França. O objectivo principal é de apresentar a atractividade de França relativamente aos projectos de investimento, sobretudo projectos internacionais em que há montantes importantes de investimento e também empregos para os franceses inerentes a estes investimentos. É uma maneira de apresentar cada ano tudo o que é atractivo, medidas, incentivos para poder estimular a actividade económica francesa.”

A Presidência anunciou que esta edição vai originar mais de 15 mil milhões euros de promessas de investimento em França, num total de 56 projectos. O que é que representam estes valores para a economia francesa? É realmente um recorde de investimento relativamente às outras edições?

“Sim, é um recorde. Claro que não é um montante para 2024, é um montante que se vai diluir em função dos anos porque estamos a falar de construções de fábricas, estamos a falar de altas tecnologias, de investigação. Isto implica muitos fundos, implica um grande investimento. Efectivamente, a França foi eleita há poucos dias como campeã da Europa e da atractividade na Europa.”

Justamente, de acordo com o Eliseu, a França é o país mais atractivo da Europa há cinco anos. Confirma?

“É verdade. O ranking foi feito há pouco por um organismo completamente independente e confirma estes dados da atractividade francesa. Temos que ver que temos grandes faculdades, temos também grandes centros de investigação, estamos a falar do centro da Europa, estamos a falar do quinto país em termos económicos ao nível mundial, que é um dos grandes europeus conjuntamente com a Alemanha. Hoje vão-se reunir 180 empresas, essencialmente das novas tecnologias, da saúde…”

Há também empresas na área da inteligência artificial, da descarbonização da economia? Quais é que são as áreas em destaque e porquê?

“São aquelas áreas que estão na moda e que também vão implicar grandes investimentos para o futuro. Quando estamos a falar de grandes tecnologias, estamos a falar, por exemplo, em informática quântica, com a IBM. Estamos a falar da Microsoft, que vai fazer um investimento de quatro mil milhões de euros e que será o maior investimento da Microsoft em França para criar tudo o que é ‘data centers’ em França. E uns atraem outros. O facto de estarem em conjunto num mesmo sítio, num evento regular, com grandes patrões… Por exemplo, a Amazon anunciou um grande investimento de 1,2 mil milhões de euros e a criação de empregos.

Há sempre o destaque da criação de empregos. O Presidente Macron sempre apostou na criação de empregos para os franceses e é verdade que a taxa de desemprego diminuiu fortemente, mas também diminuiu em toda a Europa. Estas grandes empresas vão também contratar subcontratantes. Isto vai ser uma bola de neve. Ou seja, são investimentos que depois vão permitir criar números muito importantes de empregos que justificam o facto de um Presidente da República se mobilizar, assim como o ministro da Economia.”

O Presidente da República “mobilizar-se” um mês antes das eleições europeias, com anúncios de investimentos massivos, não soa a oportunismo político?

“Efectivamente, poderíamos ter alguma legitimidade para pensar nisso porque estamos a menos de um mês desta eleição. Agora sabemos bem que o Presidente Macron sempre pôs em destaque a Europa. O grande projecto dele é que existissem os Estados Unidos da Europa em que ele fosse o Presidente. Os Estados Unidos da Europa sempre foi o sonho dele, podemos dizer, e um dia pode acontecer. Eu acho que ainda estamos longe disso porque temos alguma dificuldade de mobilizar as tropas para algumas coisas, tanto em termos económicos, como em termos da agricultura, como em termos de muita coisa.

Mas quando um cidadão francês ouve que os 180 gerentes das maiores empresas mundiais estão reunidos em França porque estão atraídos pela economia francesa, claro que alguns podem dizer que ele é uma pessoa que nos põe em destaque, que nos põe no seio da Europa. Se calhar, os outros países é que podem não concordar porque tudo o que é feito em França, não é feito nos outros países.”

Estamos a falar de uma reunião de grandes multinacionais no Palácio de Versalhes, com toda a criação de oportunidades de investimento para essas multinacionais. Também há o equivalente de criação de oportunidades para as pequenas empresas que já estão implantadas no território francês? Elas têm a mesma igualdade de oportunidades que as que se abrem aos investidores estrangeiros?

“Não podemos dizer que há igualdade, mas o que podemos dizer é que quando a Amazon ou a Microsoft ou a IBM ou a AstraZeneca investem em França, obviamente vão ter que empregar pessoal deles, mas também vão fazer trabalhar toda a parte local. Todas estas instalações não são em Paris ou na região parisiense, são na província, onde vão permitir empregar subcontratantes locais. Com certeza que isto será dito pelo ministro da Economia ou até pelo Presidente porque ele não quer que se pense que isto é tudo feito no interesse das grandes empresas, no interesse do capitalismo em geral, mas que isto vai ter um mecanismo de bola de neve para as pequenas e médias empresas francesas. Dentro destas empresas haverá, com certeza, também empresas portuguesas com toda a parte de construção, toda a parte de infra-estruturas. Ou seja, há muitas empresas que vão estar ligadas a estas grandes empresas e a estes grandes investimentos.

Os grandes investimentos vão realizar-se, na maioria, fora da região parisiense e nos territórios franceses, o que vai permitir também abranger e criar empregos para as pessoas localmente, onde há mais dificuldade em encontrar emprego.”

No ano passado, as promessas de investimento foram de 13 mil milhões de euros. Isso concretizou-se? E ao longo das seis edições, todas as promessas de investimento concretizaram-se?

“É muito complicado, efectivamente, de contabilizar porque quando se fala de 15 mil milhões, isto vai-se fazer durante um período alongado. A criação de uma fábrica, por exemplo, de um ‘data center’ ou de uma fábrica de informática quântica não vai ser de um dia para o outro. Ou seja, quando eles dizem 15 milhões é para o futuro.

É claro que aqui estamos também a falar um pouco de marketing. Tem que se anunciar no momento oportuno e o momento oportuno é quando estão reunidos, quando cada um dos grandes investidores vão falar dos projectos que eles têm em França, quando há toda a comunicação social. Podemos dizer que a contabilidade disto tudo não se materializa imediatamente nas contas públicas e, além disso, não teríamos o pormenor para podermos verificar isto. Mas estamos a falar de anúncios que são concretos porque as fábricas nascem, os empregos são criados.

Agora, era uma boa ideia que o governo francês fizesse um apanhado do que é que foi prometido nos anos anteriores, o que é que foi realizado, qual é o grau e percentagem de acabamento dos investimentos que foram anunciados nos anos anteriores. Isto era uma boa sugestão a fazer ao presidente Macron.”

Há 180 empresas estrangeiras convidadas. Entre elas há empresas lusófonas?

“Não temos noção ou, pelo menos, não estão destacadas. Aquelas grandes empresas destacadas são aquelas que fazem acima de 500 milhões de euros de investimento. Agora haverá, com certeza, empresas subcontratantes ou empresas que podem ter alguns projectos, mas que nunca vão ser deste tamanho.”

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RFI: O que é este evento “Choose France”?

Carlos Vinhas Pereira, presidente da Câmara de Comércio Franco-Portuguesa: “Este encontro é da iniciativa do Presidente Macron e estamos a falar da 7ª edição. Foi ele que introduziu este ‘Choose France’ que é um grande 'show' para os grandes empresários internacionais no Château de Versailles, o sítio mais prestigioso de França. O objectivo principal é de apresentar a atractividade de França relativamente aos projectos de investimento, sobretudo projectos internacionais em que há montantes importantes de investimento e também empregos para os franceses inerentes a estes investimentos. É uma maneira de apresentar cada ano tudo o que é atractivo, medidas, incentivos para poder estimular a actividade económica francesa.”

A Presidência anunciou que esta edição vai originar mais de 15 mil milhões euros de promessas de investimento em França, num total de 56 projectos. O que é que representam estes valores para a economia francesa? É realmente um recorde de investimento relativamente às outras edições?

“Sim, é um recorde. Claro que não é um montante para 2024, é um montante que se vai diluir em função dos anos porque estamos a falar de construções de fábricas, estamos a falar de altas tecnologias, de investigação. Isto implica muitos fundos, implica um grande investimento. Efectivamente, a França foi eleita há poucos dias como campeã da Europa e da atractividade na Europa.”

Justamente, de acordo com o Eliseu, a França é o país mais atractivo da Europa há cinco anos. Confirma?

“É verdade. O ranking foi feito há pouco por um organismo completamente independente e confirma estes dados da atractividade francesa. Temos que ver que temos grandes faculdades, temos também grandes centros de investigação, estamos a falar do centro da Europa, estamos a falar do quinto país em termos económicos ao nível mundial, que é um dos grandes europeus conjuntamente com a Alemanha. Hoje vão-se reunir 180 empresas, essencialmente das novas tecnologias, da saúde…”

Há também empresas na área da inteligência artificial, da descarbonização da economia? Quais é que são as áreas em destaque e porquê?

“São aquelas áreas que estão na moda e que também vão implicar grandes investimentos para o futuro. Quando estamos a falar de grandes tecnologias, estamos a falar, por exemplo, em informática quântica, com a IBM. Estamos a falar da Microsoft, que vai fazer um investimento de quatro mil milhões de euros e que será o maior investimento da Microsoft em França para criar tudo o que é ‘data centers’ em França. E uns atraem outros. O facto de estarem em conjunto num mesmo sítio, num evento regular, com grandes patrões… Por exemplo, a Amazon anunciou um grande investimento de 1,2 mil milhões de euros e a criação de empregos.

Há sempre o destaque da criação de empregos. O Presidente Macron sempre apostou na criação de empregos para os franceses e é verdade que a taxa de desemprego diminuiu fortemente, mas também diminuiu em toda a Europa. Estas grandes empresas vão também contratar subcontratantes. Isto vai ser uma bola de neve. Ou seja, são investimentos que depois vão permitir criar números muito importantes de empregos que justificam o facto de um Presidente da República se mobilizar, assim como o ministro da Economia.”

O Presidente da República “mobilizar-se” um mês antes das eleições europeias, com anúncios de investimentos massivos, não soa a oportunismo político?

“Efectivamente, poderíamos ter alguma legitimidade para pensar nisso porque estamos a menos de um mês desta eleição. Agora sabemos bem que o Presidente Macron sempre pôs em destaque a Europa. O grande projecto dele é que existissem os Estados Unidos da Europa em que ele fosse o Presidente. Os Estados Unidos da Europa sempre foi o sonho dele, podemos dizer, e um dia pode acontecer. Eu acho que ainda estamos longe disso porque temos alguma dificuldade de mobilizar as tropas para algumas coisas, tanto em termos económicos, como em termos da agricultura, como em termos de muita coisa.

Mas quando um cidadão francês ouve que os 180 gerentes das maiores empresas mundiais estão reunidos em França porque estão atraídos pela economia francesa, claro que alguns podem dizer que ele é uma pessoa que nos põe em destaque, que nos põe no seio da Europa. Se calhar, os outros países é que podem não concordar porque tudo o que é feito em França, não é feito nos outros países.”

Estamos a falar de uma reunião de grandes multinacionais no Palácio de Versalhes, com toda a criação de oportunidades de investimento para essas multinacionais. Também há o equivalente de criação de oportunidades para as pequenas empresas que já estão implantadas no território francês? Elas têm a mesma igualdade de oportunidades que as que se abrem aos investidores estrangeiros?

“Não podemos dizer que há igualdade, mas o que podemos dizer é que quando a Amazon ou a Microsoft ou a IBM ou a AstraZeneca investem em França, obviamente vão ter que empregar pessoal deles, mas também vão fazer trabalhar toda a parte local. Todas estas instalações não são em Paris ou na região parisiense, são na província, onde vão permitir empregar subcontratantes locais. Com certeza que isto será dito pelo ministro da Economia ou até pelo Presidente porque ele não quer que se pense que isto é tudo feito no interesse das grandes empresas, no interesse do capitalismo em geral, mas que isto vai ter um mecanismo de bola de neve para as pequenas e médias empresas francesas. Dentro destas empresas haverá, com certeza, também empresas portuguesas com toda a parte de construção, toda a parte de infra-estruturas. Ou seja, há muitas empresas que vão estar ligadas a estas grandes empresas e a estes grandes investimentos.

Os grandes investimentos vão realizar-se, na maioria, fora da região parisiense e nos territórios franceses, o que vai permitir também abranger e criar empregos para as pessoas localmente, onde há mais dificuldade em encontrar emprego.”

No ano passado, as promessas de investimento foram de 13 mil milhões de euros. Isso concretizou-se? E ao longo das seis edições, todas as promessas de investimento concretizaram-se?

“É muito complicado, efectivamente, de contabilizar porque quando se fala de 15 mil milhões, isto vai-se fazer durante um período alongado. A criação de uma fábrica, por exemplo, de um ‘data center’ ou de uma fábrica de informática quântica não vai ser de um dia para o outro. Ou seja, quando eles dizem 15 milhões é para o futuro.

É claro que aqui estamos também a falar um pouco de marketing. Tem que se anunciar no momento oportuno e o momento oportuno é quando estão reunidos, quando cada um dos grandes investidores vão falar dos projectos que eles têm em França, quando há toda a comunicação social. Podemos dizer que a contabilidade disto tudo não se materializa imediatamente nas contas públicas e, além disso, não teríamos o pormenor para podermos verificar isto. Mas estamos a falar de anúncios que são concretos porque as fábricas nascem, os empregos são criados.

Agora, era uma boa ideia que o governo francês fizesse um apanhado do que é que foi prometido nos anos anteriores, o que é que foi realizado, qual é o grau e percentagem de acabamento dos investimentos que foram anunciados nos anos anteriores. Isto era uma boa sugestão a fazer ao presidente Macron.”

Há 180 empresas estrangeiras convidadas. Entre elas há empresas lusófonas?

“Não temos noção ou, pelo menos, não estão destacadas. Aquelas grandes empresas destacadas são aquelas que fazem acima de 500 milhões de euros de investimento. Agora haverá, com certeza, empresas subcontratantes ou empresas que podem ter alguns projectos, mas que nunca vão ser deste tamanho.”

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