O segredo do campeão Zicky Té
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Zicky Té está indiscutivelmente numa das melhores fases da sua vida. Só em 2022, o universo do futsal elegeu-o o Melhor Jogador Jovem do Mundo e Melhor Jogador da Europa. Nesta entrevista exclusiva para a BANTUMEN - em que o conseguimos tirar, por um momento, das merecidas férias - o atleta do Sporting Clube de Portugal falou-nos sobre a sua trajetória no futebol, as suas origens e confirmou-nos que não se é campeão por acaso, é preciso ter e nutrir uma mentalidade de campeão. Nascido na Guiné-Bissau, Zicky revela que o seu percurso de sucesso deve muito à estrutura sólida que o apoia e que vai além das quatro linhas. É na família que tudo começa e acaba e de onde herdou o foco. O pai é o pilar que precisou sair da Guiné para garantir um futuro melhor para a sua descendência e a mãe é a base que sustenta o propósito de todos. Quanto aos irmãos, sobretudo o mais velho, ainda hoje telefonam para relembrar que o divertimento não pode estar acima da vida profissional. "E é olhar para essas pessoas e ver que o meu pai veio para cá e não tinha nada, não conhecia ninguém. Teve que começar a trabalhar nas obras. também contou com a ajuda de pessoas, claro, porque senão não seria possível. É muito difícil para uma pessoa, que não entende nem a língua, conseguir adaptar-se e mesmo assim não esquecer a família que deixou na Guiné. É um pilar e uma pessoa que vejo como inspiração. Se ele fez isso por nós, quem somos nós para não trabalhar, para retribuir pelo menos? Não que seja uma obrigação, mas acaba por ser, para retribuir tudo que ele fez por nós", explica-nos o atleta. Sobre o futebol, Zicky revela que - apesar de já ter pensado em ser advogado, considerando o seu gosto por debater e advogar pelas suas convicções - sempre soube que queria ser jogador. Vem daí o reconhecimento por ser um péssimo jogador de Playstation. Em miúdo, passava o tempo na rua, a jogar à bola. "Gostaria de ter o hobby de jogar play, de jogar jogos de computador e isso com os meus amigos mas passei tanto a minha infância na rua que não sei jogar Playstation. Pego num comando e estou sempre a levar 5 [golos] nos [primeiros] 10 minutos. Ainda nem começou bem a primeira parte e já estou a levar 4-0. Quando era miúdo, era mais sair, dez da manhã, ia jogar à bola, voltar só para comer, voltar para jogar à bola e essa era a minha rotina todos os dias", confirmou com saudades da infância. Questionado sobre a mecânica entre os seus pares no Sporting e a própria equipa técnica, o jogador não tem meias palavras. A estrutura familiar e as pessoas que trabalham comigo a nível profissional, sem dúvida é um dos segredos e uma das alavancas para estar neste processo, para ser o jogador que sou hoje e o jogador que eu quero me tornar ainda. A minha sorte, por assim dizer, é ter pessoas que me querem muito bem e que trabalham ao máximo para o meu sucesso. Nesta entrevista, realizada também em vídeo, Zicky falou-nos sobre a sólida irmandade da sua equipa e o apoio que sempre teve da parte técnica, o amor pela música - não, o jogador não se vai revelar, para já, aos microfones - e ainda deu um conselho aos jovens que lhe querem seguir as pisadas.
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